Arneiro, 9 e 10 Junho 2018
EVASÃO

Bem no cimo da escarpa olhas o horizonte
sentes uma corrente ascendente e nela te lanças
Ascendes aos céus e pairas observando em redor


Após as dores das perdas
das crias mortas nos ninhos
das penas chamuscadas pelo fogo
e do inferno superado
Eis que os sobreviventes se elevam de novo


A beleza do teu voo
o porte do teu corpo
lembram a necessária evasão da dor
Com os olhos postos no horizonte
E de verde esperança renovado


Cruzas os céus nem sempre azuis


Sem rimas, sem batidas, apenas sendo de novo...


N. Escada